Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Eu não sou grande adepta da entrevistas agressivas ou, como alguns gostam de chamar, entrevistas duras. A sério que não gosto. Mas tenho alguma dificuldade em classificar o género jornalístico do programa que acabei de ver na Sic com o primeiro-ministro. Foi tão mole tão mole que parecia um gelado derretido. Entrevista? Não me parece. Eu, pelo menos quase não ouvi perguntas e, das poucas vezes que as ouvi, eram antecedidas pela expressão "Deixe-me fazer-lhe uma pergunta", como se ela necessitasse do aval do entrevistado de cada vez que abria a boca.
Quanto mais penso no que vi, mais me lembro do saudoso programa também exibido na Sic, "Na Cama Com". Ana Lourenço, bem ao estilo da Alexandra Lecastre, foi lançando temas, com voz lânguida e olhar sensual e ficou, quase sempre, em silêncio a deixar o seu convidado a falar.
Oiço muita gente que está na tv a falar do estilo diferente da jornalista e do modo como este estilo acabou por ser uma espécie de "armadilha" para José Socrates. Hello? Está alguém no Planeta Terra? A Ana Lourenço não armadilhou coisíssima nenhuma. O que eu vi foi um José que está decidido a mudar de cassete e que, muito inteligentemente, decidiu escolher a jornalista mais queridinha e mais suavezinha para fazer passar o seu tempo de antena. "Deixe-me que lhe explique"? "Parte-se-me o Coração"? Como se a moça fosse estúpida e não conseguisse perceber o que ele diz. Poupem-me...
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