Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
O dia de hoje começou mal, muito mal. Lá estava eu a sair de casa a correr rumo à fabulosa Alfragide quando chego ao sítio onde a minha mãe disse que tinha deixado o meu carro e tudo o que encontro é isso mesmo: o sítio. Cheia de boa vontade pensei que o meu querido marido tivesse decidido ir para o trabalho na nossa velha carcaça corsa de 14 anos e tivesse deixado a volvo, linda e maravilhosa e com rádio, para mim.
Voltei a casa para apanhar as chaves da dita volvo azul metalizado com leitor de cd maravilhoso e só encontro as chaves suplentes. Eh pá, aqui há gato, de certeza. Voltei à rua e pus-me a rever mentalmente as minhas últimas 48 horas na esperança de ter um flashback providencial que me dissesse que, afinal, eu tinha andado com o carro e o tinha estacionado num outro local. Mas não, a memória não me trouxe nada de novo por mais que puxasse por ela.
Depois de ter corrido a rua toda à procura do carro "caí na real" (uma das minhas expressões favoritas) e decidi telefonar à Emel, só para despistar a hipótese. E tudo se tornou dolorosamente real quendo, depois de ter dito a matrícula do carro ao senhor ele me respondeu "um corsa branco?". Fim do sonho.
80 euros assim, de mão beijada. Ah, e o pequeno pormenor de não poder ser eu a levantar o carro por não estar me meu nome...
Estupidamente liguei de imediato à minha mãe pedido-lhe que da próxima tentasse não estacionar o carro numas cargas e descargas... ela ficou desolada e eu, ao contrário do que pensava, não me senti mais aliviada por descarregar nela a minha ira.
E desta vez nem fiquei chateda com os senhores, a sério que não. Nós é que estacionámos mal o carro, a verdade é essa. O que me aborreceu foi alguém o ter estacionado lá. Mas, apesar deste início nada sorridente de dia, não me posso queixar do fim. Aqui estou. sentada na cama, gozando de mais uma das minhas noites de quinta-feira, aquelas em que não há televisão, se come duas batatas fritas e, para terminar, acabamos os dois aqui, na caminha da mãe; eu e o meu capitão super cueca de quase cinco anos.
E pelo meio ainda tive direito s rever algumas pessoas maravilhosas: a Patrícia Reis, de quem tanto gosto, e o Zuenir Ventura, esse grande senhor das letras, esse coração generoso. E aqui, do cimo do fim do meu dia, nem me posso queixar.
Amanhã há mais
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