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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Começo por manifestar o meu alívio com a resolução desta situação. A partir de amanhã o horário do meu filho voltará ao desenho inicial, ou seja, tem três manhãs livres por semana. Foi uma batalha difícil, nem se percebe bem porquê, mas a verdade é que foi custoso. Para que fique claro (houve um comentário aqui no blogue de alguém que não percebeu, e se não percebeu é porque me expliquei mal), vou resumir a novela. O meu filho está no quinto ano numa turma de ensino articulado. Significa que a maioria dos alunos daquela turma estão também a aprender música numa escola reconhecida pelo Ministério da Educação e com protocolo com a escola que frequentam. Estar no ensino articulado significa para os pais dos alunos várias coisas: que eles deixam de pagar. Propina da escola da música (ou parte dela), que os miúdos são dispensa dados, por lei, das disciplinas de expressão artística porque passam a ser avaliados nessa vertente pelos resultados que têm na escola de música. Para uma criança de 10 anos que tem a carga horária de 6 horas de música por semana, mas ensaio diário em casa, todo o tempo livre é importante. Até porque precisam desse tempo para estudar, brincar, ver televisão, fazer desporto... O que seja. A turma do meu filho tem meninos de várias escolas de música o que torna, logo à partida, muito difícil fazer um horário que satisfaça todos. Por isso, parece-me, a escola teve o cuidado de libertar os meninos 3 manhãs por semana (é o que acontece a todas as turmas da tarde naquela escola) e, como a decisão da turma de ensino articulado ser de tarde complica a vida de alguns desses meninos porque a sua escola de música tem aulas precisamente ao final da tarde, a direcção teve o cuidado de colocar as disciplinas das quais eles estão dispensados ao final da tarde, para que eles possam sair mais cedo. Depois de muita ginástica conseguimos orientar o horário do Henrique. Até que um dia, sem sequer ter sido comunicado formalmente aos pais,as crianças chegam a casa dizendo que vai haver uma troca no horário que os obriga a sair mais cedo à segunda, mas a ter de ir à escola à quarta-feira de manhã para ter apenas uma disciplina. A ideia pareceu-nos logo péssima. E ficámos à espera de uma explicação da directora de turma ou da directora do agrupamento. Supostamente seria para que um dos meninos que está a estudar música pudesse ir a uma determinada disciplina durante os dias de semana, coisa que não era possível com o horário como estava. Só que depressa percebemos que essa mudança em nada iria alterar a situação desse menino. Ele teria de estar dispensado nos finais de tarde de segunda e de quinta para poder ir à escola de música e o horário de quinta-feira não foi nem seria alterado. Resultado: foi mau para todos e, pior, mostrou uma certa arbitrariedade na tomada de decisões. Como é que se muda um horário por causa de um aluno? Pior, sem consultar os restantes pais. Pior, essa mudança não resolvia nada. E nisto estivemos quase três semanas, com grande confusão, falta de explicações, pessoas exaltadas... Inscrever uma criança no ensino articulado é lancá-la no ensino artístico e, como tal, é decidir que a música é uma prioridade, nestas idades gostamos que os miúdos façam tudo e mais um par de botas, mas às vezes é preciso fazer escolhas: nós tivemos de fazer as nossas. E parece-me (não quero ser injusta, mas é o que corre) que nem todos os pais pensam da mesma forma e acham que o desporto dos meninos é mais importante do que a música. Acho uma decisão plausível e razoável. Mas já não acho que se pense que se têm de mudar as coisas servido 1 e prejudicando 20.