Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Ponto prévio: eu não gosto do estilo de jornalismo praticado pela Manuela Moura Guedes. A sério que não gosto; encanita-me com os nervos a forma como ela está sempre a dar a sua opinião, sempre a dizer o que pensa, sempre a fazer comentários. Não gosto e não acho que seja bom jonralismo.
But enough is enough. De repente ela passou a ser o monstro do jornalismo português? O bicho papão? Poupem-me. Como alguém, e muito bem, me recordou há dias, o jornal da TVI é o único que tem agenda, que não deixa cair histórias, que vai atrás das promessas feitas para ver se foram cumpridas. quantas vezes, enquanto jornalistas, nos lamentámos do que não conseguimos escrever ou dos constrangimentos que tivemos ao fazer uma peça porque podia beliscar alguém? Duvido que isso aconteça naquele jornal. E tenho muito respeito por vários profissionais que lá trabalham a começar pela Constança Cunha e Sá, passando pela Rita Ferreira, pelo Vasco Rosendo, só para nomear alguns.
As peças daquele jornal são, na sua grande maioria, bem feitas.
Não é o telejornal que veja por norma, mas não fica atrás do da SIC ou do da RTP.
E quando me falam de perseguição ao Governo eu tenho vontade de rir. Eles têm memória, que é coisa diferente e que falta a muito boa gente. Se o governo prometeu algo e não cumpriu deve ser chamado a prestar contas, ou não? Ou é melhor assistir a entrevistas como a do Mário Crespo ao Alberto João Jardim em que fez comentários do género "As eleições que o senhor tão brilhantemente ganhou"?
Resumindo, eu não gosto do estilo da Manuela Moura Guedes, mas fazer uma "causa" no facebook para lhe oferecer o código deontológico parece-me um exagero. Até porque, se fossemos enviar uma cópia a todos os jornalistas que precisam de uma, tinhamos um bestseller em mãos.
Autoria e outros dados (tags, etc)
por Princesa das estrelas
Não tenho grande respeito pelo Dr. Marinho Pinto. Mas depois de sexta-feira passada subiu uns pontos na minha consideração. Esta senhora merecia
ouvi-las.
Autoria e outros dados (tags, etc)
por Princesa das estrelas
Morreu o João Mesquita. Para quem não sabe, o Mesquita era jornalista. Dos bons, dos tesos, sobretudo, dos íntegros, o que é cada vez mais raro nos dias que correm. Esta noite passei os olhos por o que algumas pessoas disseram do João, do seu percurso, do seu carácter, da sua honestidade e frontalidade. Eu sinto-me triste. Porque o conheci, porque tive a felicidade de trabalhar consigo e porque, depois da morte do seu amigo e companheiro Torcato, me sinto um bocadinho mais orfã de referências.
Muitas vezes me lembro do Torcato e da forma como estes dois estarolas andavam juntos pel'A Capital. E se é verdade que A Capital tinha problemas estruturais, não é menos verdade que foi um local que me deu muito. Deu-me a oportunidade de trabalhar directamente com o Torcato no suplemento GLX, deu-me o privilégio de privar com o João Mesquita, deu-me o prazer de conversar todas as semanas com o Appio... preciosidades que não têm preço e que fizeram de mim melhor jornalista e um ser humano mais tolerante.
E é por isso que hoje, lendo o que se escreveu sobre o Mesquita, não posso deixar de sentir revolta. Revolta contra a hipocrisia de certos amigos que tantas linhas te dedicaram nos jornais de hoje. Hoje a igreja estava repleta de famosos: do jornalismo à política.
Gostava de saber onde é que a grande maioria destes senhores estava neste últimos anos da sua vida, em que estava desempregado, já sem o subsídio de desemprego. Lembro-me de algumas colaborações que o João fez para o Torcato, falámos delas. Mas nuca lhe foi permitido o regresso a uma redacção. E se era assim tão bom como hoje se disse (e eu sei que ele era) porque motivo o deixaram no desemprego desde 2003, altura em que foi despedido de A CApital?
Leio o editorial do Público e tenho vontade de rir... o João foi para Coimbra desempregado porque o actual director do Público foi protelando a decisão de o transferir para a delegação de Coimbra. Adiou a coisa por tanto tempo que o João teve de se demitir e ir para Coimbra na qualidade de desempregado...
Eu lembro-me da sua honestidade, da sua integridade e, infelizmente, também me lembro da tristeza que via no seu olhar sempre que a conversa era o jornalismo, a forma pesarosa como dizia que as colaborações eram poucas e mal pagas... a doença deixou-o triste mas acredito que se conseguisse ler o que dele escreveram daria duas ou três gargalhadas...
Autoria e outros dados (tags, etc)