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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Tenho andado afastada daqui, mas tento não andar afastada da vida. Há umas duas semanas fui ao cinema ver o "Boyhood". Gostei tanto, mas tanto. Identifiquei-me tanto com aquelas pessoas. Não com as particularidades das suas vidas, que em nada se parecem com a minha. Mas com os sentimentos, com as emoções, com as derrotas e vitórias sobre a vida, com as angústias e medos de ser pai. Para além de ter gostado do conceito de se filmar o mesmo miúdo durante 12 anos, o que mais me tocou no filme foi a forma como ele se intruzou com a minha vida. Não quero aqui teorizar sobre frases feitas do género "só quem tem filhos é que sabe", mas a verdade é que este é mesmo um filme para pais na casa dos 40; pessoas que tomaram decisões na vida condicionados pelo facto de terem filhos. É algo que me acontece diariamente, com coisas com mais ou menos importância. Mas a verdade é que há uma parte de nós que fica para segundo plano. E por isso é mais do que naturual que o vazio se instale quando eles crescem e vão embora. É natural que esse vazio seja ainda maior quando os pais são separados e os filhos ficaram com um deles, porque aí o vazio é total, não está lá outra pessoa que ajude a preencher o espaço deixado. Gosto de filmes assim. Sem necessidade de grandes enredos, nem de grandes acontecimentos. Mas bem filmados, com um bom argumento e próximos, muito próximos de mim.