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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Pergunto-me o que leva alguém a deixar comentários odiosos no blogue de outra pessoa. A sério. É pura maldade? Inveja? Falta de ocupação? Desamor pelo próximo? Não estou a falar de comentários em blogues que defendam ideias que atentem contra liberdade. Estou a falar de blogues de pessoas normais, que falam da sua vida, do que as apoquenta, dos seus sonhos, dos seus filhos, do seu dia a dia... Poderão sempre dizer-me que quem anda à chuva molha-se e que quem expõe a sua vida está depois sujeito a este tipo de reações. Mas, desculpem-me, não consigo concordar. A meu ver não há nada que justifique o grau de ódio, de veneno, de maldade que existe em muitos dos comentários que por aí pululam. Eu tenho este espaço que surgiu como uma escape a um momento mau da minha vida. A minha doença. Por norma tenho mais tendência para escrever quando estou triste do que quando a vida me corre de feição. Mas isso abre a porta a um tipo de exposição que nem sempre estou disposta a fazer. E por isso acabo por escrever pouco. A maior parte das pessoas que conheço na blogosfera costuma falar de um lado mais solar da sua vida. E o facto de o fazer não significa que tudo seja bonito e cor de rosa. Todas as pessoas têm problemas. Há pessoas que atravessam grandes dificuldades, claro, e que têm problemas que nem sequer imaginamos. Mas duvido que essas percam tempo em blogues a acusar outros por serem felizes ou por exporem o seu bem estar. Essas pessoas estão ocupadas a tentar ultrapassar as muitas dificuldades que atravessam. Têm lá tempo para andar a maldizer a vida dos outros. Mas não são essas as pessoas que, por norma, envenenam. Quem o faz, quer-me parecer, são os que adoram passar a pente fino todos os blogues ditos pessoais para ficarem a conhecer a vida de alguém que nunca viram na vida. E não o fazem com o espírito de "deixa-me lá ver em que embrulhada anda a Sónia metida", ou "Será que o o Mateus está bem". Nada disso, estas pessoas maldosas não querem espreitar a vida dos outros para a seguir como uma novela fazendo um ou outro comentário, tentando dar conselhos ou opiniões. Esse tipo de coisas quem faz são as pessoas queridas, aquelas que se sentem próximas, que se identificam, que desejam o bem, que gostam que os outros usufruam de uma boa vida, mesmo que seja um vida que não podem ter. Estas pessoas más, vis, mesquinhas, andam pelos blogues para tentar preencher um qualquer vazio que vivem. E conseguem dizer as coisas mais maldosas e impensáveis. Desejam a morte, criticam violentamente tudo que é escrito, qualquer opinião, qualquer roupa, qualquer iniciativa. Têm sempre um rol de insultos pronto a ser libertado a cada post. Para essas pessoas as bloggers são umas meretrizes que têm a desfaçatez de expor a sua vida burguesa quando há pessoas a morrer à fome. E se, pelo contrário, as bloggers se manifestam preocupadas com um qualquer problema, são igualmente rameiras porque são fingidas. Já para não falar do ódio pelas viagens, pela roupa, pelas casas, pelos filhos, pelos maridos... Por tudo, na verdade. Como é que têm tempo para isso? Como é que se dão ao trabalho de perder tempo a odiar quem não conhecem? É coisa que me faz muita confusão, confesso. Eu que me queixo frequentemente da falta de tempo, não consigo perceber como há quem o tenha em sobra, para se dedicar a isto.