Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Nunca pensei ter apenas um filho. Quando o Henrique nasceu sempre pensei que seria o primeiro de, pelo menos, dois. Mas, aos seus oito meses, quando fiquei doente, soube que muito dificilmente poderia voltar a ter filhos e que o risco de engravidar poderia ser voltar a ficar doente. É uma das piores marcas que o cancro me deixou. Amo o meu filho, estou muito grata por o ter tido antes de adoecer, mas adoraria poder voltar a experimentar a maternidade. E saber que não voltarei a ser deixa-me, às vezes, triste e angustiada.
Esta semana soube que uma das minhas grandes amigas está grávida pela segunda vez. Depois de tantas dificuldades, depois de tantos obstáculos, ela lá conseguiu. E fiquei tão feliz. A juntar a esta acompanho de perto pelo menos mais três gravidezes e desconfio de uma outra. E fico feliz, começo a bordar fraldas e a remexer na muita roupa de recém-nascido que comprei para o Henrique e a pensar em quem a irá vestir.
Sinto uma ponta de inveja. Claro que sinto. É uma situação que adoraria reviver e que sei que não o farei. Mas sinto-a como uma inveja boa, porque não desperta em mim outro sentimento que não o da alegria. Já que não posso ser mãe, serei pelo menos tia!
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