Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Infelizmente este fim-de-semana foi pesado na contabilidade das mortes de cancro...Tereza Coelho, Luis Vasconcellos, João Aguardela. Todas pessoas que não conhecia (apesar de trabalhar na mesma empresa que Tereza Coelho). Todas elas morreram de cancro, ou de complicações.
No caso da Tereza Coelho foram várias as homenagens prestadas em vários jornais e blogues. A mais bonita, a meu ver, perteceu à Isabel Coutinho. Mas há uma coisa que eu não percebo: no artigo do Público le-se que Tereza Coelho morreu de complicações de uma Pneumonia. é só meia verdade, na medida em que a pneumonia era, já ela, uma complicação do cancro.
E talvez seja um preciosismo meu, que tive cancro. Ou talvez não. Mas parece-me que os jornalistas ainda têm medo de escrever que uma pessoa morreu de cancro. Qual é a diferença entre morrer de cancro, de pneumonia, de enfarte? Por acaso é menos digno morrer de cancro?
Há anos, durante uma entrevista que o meu marido fez a António Mega Ferreira este, que recuperava de um tumor maligno, dizia mais o menos o mesmo, que as pessoas em Portugal morriam de doença prolongada...
Eu tive cancro. E se morrer de alguma complicação da minha doença não quero que se diga outra coisa que não a verdade.
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4 comentários
De JPN a 21.01.2009 às 03:50
a susan sontag tem um belo ensaio sobre isso.
:)