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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Ela diz-me amiúde que se sente sozinha e que eu e o meu irmão lhe damos pouca atenção. Eu ligo todos os dias à minha mãe e estou sempre preocupada em saber se está bem porque ela passa mais de metade do ano a 350km de distância. Mas consigo perceber o que quer dizer. Temos tempo para os nossos amigos, para os escutar, mesmo aqueles que estão sempre a fazer os mesmos erros ou a contar a mesma história. É esse um dos princípios da amizade, escutar. Mas quando se trata da nossa mãe aí o caso muda de figura. " Já me constaste essa história 10 vezes" ou "agora espera um bocadinho que a A me está a ligar e tenho de atender" ou ainda "agora estou a trabalhar e não posso perder tempo" são algumas das pérolas que lhe digo. Não é por mal, mas a verdade é que o faço. Talvez porque não tenha sido educada para a ver também como uma amiga. Durante a minha infância e adolescência sempre houve um fosso enorme de comunicação entre mim e os meus pais. E agora, apesar de todos os esforços que ela faz pra me partilhar a sua vida e as suas coisas, a verdade é que nem sempre me sinto confortável nesse papel. Estranho, não é? Mas o que interessa aqui para o caso é que, apesar disto, nós nos amamos muito e eu não consigo ver S minha vida sem ela. Ontem, sem lhe pedir, mas sabendo ela que eu precisava de ajuda e de colo, meteu-se no comboio e apareceu-me aqui em casa. Adoro-te mãe!