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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Hoje, a última sessão da legislatura no Parlamento português foi preenchida com uma votação que me envergonha, enquanto mulher, enquanto cidadã de um país democrático, e enquanto cidadã que votou sim no referendo sobre a despenalização da IVG. Hoje, à sucapa, assim à má fila, como os putos ranhosos que se queriam meter à nossa frente na fila do bar da escola só porque eram grandes e supostamente mais poderosos, o governo no qual felizmente não votei aprovou uma lei ignóbil. Uma lei que obriga as mulheres que querem fazer uma IVG a ter consultas obrigatórias de aconselhamento nas quais podem estar presentes os médicos objetores de consicência. Vamos passar assim a ter uma patrulha da moral e dos bons costumes, alguém que nos diga o que é certo e errado porque estamos a praticar o mal e precisamos ver a luz. Este governo se está assim tão preocpado com o estado psicológico da mulher que decide abortar deveria pensar nisso um bocadinho mais cedo, não? Talvez proporcionando médicos de família a todas as pessoas (não me digam que o problema está resolvido porque não tneho médico de família há 3 anos), proporcionando consultas de planeamento familiar, proporcionando apoio psicológico a quem perde de uma penada todas as fontes de rendimento (marido e mulher desempregados), a quem perde o subsidio de desemprego e ainda não conseguiu trabalho... Ou promovendo políticas de apoio à natalidade como creches para bebés. Assim só a título de exemplo. E se uma vez escrevi no meu blogue felicitando duas deputadas do arco do governo pela orientação do seu voto, tenho muita pena que hoje, numa matéria que não exigia disciplina de voto, a Teresa Leal Coelho e a Teresa Caeiro se tenham ficado pela declaração de voto. Dia triste, o de hoje.
Nem consigo acreditar que já se passaram as minhas duas semanas de férias... A sério. E o mais estranho é que continuo cansada. As férias foram ótimas, não quero parecer mal agradecida. Os dias no Porto Santo foram retemperadores, os dias no Funchal foram calmos e os dois dias com a minha mãe souberam a pouco. Mas há sempre um mas. Não dormi o que devia, não corri o que devia, não li o que devia... Até nas férias me sinto a correr contra o tempo. O pior de tudo são mesmo as más dores nas costas. Fui para férias com elas, depois de duas milagrosas massagens quase que as deixei, mas bastam-me duas noites numa cama mazinha ou um tour de Alice ao meu colo e tudo se esfrangalhou: estou outra vez toda torta. O regresso ao trabalho foi a todo o vapor, há muita coisa a fazer. Chegar a casa e ter os dois filhos a olhar para mim também não ajuda: um acha a vida uma seca, a outra parece uma lapa nas minhas pernas. Acho mesmo que preciso de férias mas dos meus filhos. Alguém os quer levar? Uma semaninha.