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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.


18
Mai15

Contra a Violência no futebol

por Princesa das estrelas

a ver se me consigo fazer entender: eu adoro futebol. Adoro mesmo. É assim uma relação apaixonada. E o que eu gosto mesmo é de ir ao estádio. Ficar lá a vibrar, sentir o entusiasmo dos que estão ao meu lado. Sentir na pele o que é fazer parte da nação benfiquista. Em miúda, a partir dos meus 10 anos, vi muitos jogos do Benfica no antigo estádio da Luz. Sempre com a companhia dos outros milhares de adeptos, mas sempre sem um adulto de família ao meu lado. O meu pai era agente da PSP e todos os 15 dias era destacado para o futebol. E eu lá ia, com ele. Ir à bola para mim era estar lá 5 horas. Chegava com o meu pai, duas horas antes do jogo começar, entrava, via o jogo, no final ia para o carro e esperava pacientemente até que o último membro do trio de arbitragem saísse. Só nessa altura é que a polícia podia sair e o meu pai podia voltar para o carro, onde eu o aguardava, às vezes já a dormir. Nunca achei aquelas 5 horas uma seca. Divertia-me sempre. Falava com as outras pessoas, aprendia os cânticos da minha equipa... Mas também os da equipa adversária. Como não tinha bilhete nunca sabia onde me ia sentar. Podia ser na central... Podia ser no meio da claque da equipa visitante. Mas isso nunca foi um problema. Conto isto para que se perceba que há 30 anos uma criança de dez anos podia estar sozinha num estádio e sentir-se protegida. Vivi momentos fantásticos naquele estádio ao longo de parte de minha infância e adolescência. Infelizmente o futebol mudou, muito por conta dos seus dirigentes e dos seus adeptos. E os estádios deixaram de ser lugares seguros para serem verdadeiros campos de batalha. Sempre com a conivência de muitos, sempre com um certo branqueamento. Que vem de toda a parte: dos dirigentes, dos comentadores, dos jogadores, da comunicação social, dos adeptos... Tenho dois filhos. Ela ainda não tem idade lar entrar num recinto desportivo. Ele tem, mas penso sempre muito bem no adversário, na sua claque e na do meu clube antes de comprar bilhetes para um jogo. É isto é triste. Muito triste. Porque ir com os nossos filhos a um jogo de futebol devia ser algo normal, saudável, natural. Somos todos culpados do que aconteceu ontem em Guimarães e no Marquês. Com diferentes graus de responsabilidade, é certo. Mas acho que todos partilhamos responsabilidade. E explico porquê. Porque há sempre um momento em que incitamos à violência, ou em que fechamos os olhos, ou em que a desculpamos com contextualizações. NADA justifica a violência no futebol. NADA. Não há cuspidela que o justifique, nem insultos. Quando digo nada é mesmo nada. O que aconteceu com aquela família em Guimarães é de uma atrocidade que não tem explicação. O que aconteceu no estádio é digno de animais, o que aconteceu no Marquês idem. Eu gostava que o futebol voltasse a ser um espetáculo seguro. Mas para isso todos nós temos de mudar. E não desculpar. É por estas e por outras que eu defendo que o comportamento do Zidane não tem perdão. Nem o do João Pinto, nem o do Suarez, nem o do Quaresma, nem o do Sá Pinto. Pessoas que agridem outras dentro das 4 linhas como estes fizeram não deveriam em circunstância alguma, voltar a trabalhar no futebol. Porque justificar o que fizeram é o mesmo que tentar justificar o comportamento daquele polícia em Guimarães e achar que ele pode continuar a ser polícia. Não pode.

Mas é preciso ser MESMO contra a violência no futebol. E eu gostava de saber quantas das pessoas que andam por aí a condenar as barbaridades de domingo condenam mesmo qualquer tipo de violência no futebol. Mesmo a que é sugerida por comportamentos, omissões ou palavras de um treinador ou de um presidente durante uma conferência de imprensa... Gostava mesmo.

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Somos todos bi

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