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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
O Henrique ainda não está bom, nem nada que se pareça. anda murcho, está magrinho magrinho, praticamente não come. Continua com aquele olhar de menino doente. Ainda tem de tomar o brufen para não ter febre. Já foi à escola. Ia contente, disse-me o pai. Imagino. Está farto de estar em casa a aturar uma bebé. Hoje tem um teste. Para a semana mais 3. Mas continua doente, e estou preocupada.
Já tenho copos para o vinho (os outros leva o barman) Já tenho pratos, taças, facas, garfos e colheres Já tenho o próprio do vinho Já tenho alguma cerveja Já tenho algumas ideias de acepipes (obrigada, queridas leitoras) Já tenho o convite mais giro do planeta Falta-me ir espreitar o local da festa, porque preciso ver vários detalhes Faltam-me toalhas de papel Faltam-me guardanapos Falta-me água e cerveja (tenho pouca) Faltam-me muitas outras coisas que agora não me lembro, mas que sei que me faltam. Ah, e já vos disse? Já tenho o vestido.
Tenho andado às voltas com esta coisa da morte da Maria Zamora. Tenho pensado, sonhado... E depois vi isto isto escrito num jornal e penso "como é possível?" . Que triste. Não consigo parar de pensar nesta mulher e no que deve ter sofrido. Sei que há milhares, milhões delas pela mundo fora. Mas eu estive com esta faz hoje uma semana. Abracei-a, vi-a sorrir e fazer sorrir os outros. Sei que é estúpido, mas penso sempre que podia ter feito alguma coisa e não fiz.
Não há coisa que mais deteste do que perder a calma. Quem perde a calma perde a razão. Ontem perdi a calma. E tinha razão. Mas perdi-a por isso. E isso irrita-me.
Faltam menos de 15 dias. Já tenho a música escolhida Já tratei das bebidas Já comprei o vestido Já comecei a tratar dos salgadinhos (com a minha querida empregada e a minha mãe a darem uma ajuda daquelas...) Mas preciso de ajuda: preciso de pensar em pequenos snacks que possa fazer, que sejam fáceis de transporta e que não exijam muita logística (nada de garfo e faca) Ainda tenho de comprar loiça de plástico (alguma sugestão?)
Conheci-a há pouco menos de uma semana. Ri-me tanto com ela, mas tanto. Achei espetacular a forma como tentava animar mesmo os meninos mais tristes, como o Tomás, que estava em isolamento e sem grande paciência para palhaçadas. É verdade que a vida tem destas ironias: alguém que faz rir os outros e que pode estar triste, sozinho, desesperado... Hoje fiquei sem chão quando me telefonaram a dizer que a Dra. Tutti Fruti (na foto à direita) tinha morrido. Como? Porquê? Há dias mesmo tristes. Espero que ela tenha percebido, durante o tempo que cá andou, que fez a diferença para muitas e muitas crianças que com ela sorriram e esqueceram um pouco que estavam doentes.
Hoje tive de levar o Henrique a tirar sangue. Já me tinha esquecido do pavor que ele tem de agulhas. Até o ver sentado em frente à analista. Foi uma cena, daquelas. Para piorar, ele já não tem idade para ser agarrado à força. Já para não dizer que as coisas nunca funiconaram assim com ele. Lá consegui chamá-lo à razão (depois de 15 minutos de choro e berraria) e ele deu o braço, agarrdo a mim a chorar porque tem consicência do pavor que sente e, ao mesmo tempo, de que é ridículo fazer aquela birra. Cortou-me o coração.
Para já ainda não desisti. Tenho corrido pelo menos uma vez por semana e sempre um mínimo de 4km. Esta semana corri duas vezes, 4km na quinta e 8,5 km no sábado. Fiquei banzada comigo própria. Nunca tinha corrido mais de 5,5km e apesar de saber que é mais difícil correr na cidade ( que é onde normalmente corro) e que no sábado corri à beira rio, a verdade é que, mesmo assim, foi maravilhoso. E foi a vez que mais gostei de correr. Já percebi que na corrida gosto de companhia. É muito mais fácil correr acompanhada. Fui correr com as minhas amigas Lina e Liliana. E acho que é para repetir. A Lina, que corre desde Outubro, está uma verdadeira profissional. Eu e a Liliana somos mais novatas, ela ainda mais do que eu. Mas juntas é muito divertido. Sempre que saio para correr vou porque tenho de ir, não saio de casa com aquela vontade de correr. Esqueçam, eu não sou esse tipo de pessoa. Mas no sábado foi diferente. Gostei mesmo muito. Fica aqui a foto que prova o feito./p>
Nas últimas duas semanas já perdi a conta às vezes que tirei a temperatura aos miúdos e levei seringas de medicamentos. Estou farta caraças. Começou com uma virose do meu marido: três dias de cama. A seguir a Alice com uma otite. Depois, no dia dos meus anos (dia 12), o Hemrique começou a queixar-se de dores no corpo. Foi à escola mas fui buscá-lo mais cedo. No dia seguinte as mesas queixas; durante o fim de semana a coisa evoluiu de tal modo que na segunda-feira de Carnaval acabámos o dia no pediatra. Tosse,olhos vermelhos e febre: vital, uma coisa viral. 3 dias de antibiótico, cortisona para a tosse, umas gotas para o nariz e outras para os olhos. Pensavam que tinha acabado? Nada disso. Na sexta-feira, apenas 48h depois de ter feito 10 dias de antibiótico, a Alice volta à febre. 39,5. Mais uma ida à pediatra. Deve ser o bicho que atacou o irmão. Mais seis dietas de antibiótico. A sério? E hoje, hoje que eu pensava que ia ter um dia super cool... O Henrique acorda novamente com frio, tremores, dores-de-cabeça e de corpo... Febre a meio da tarde, febre antes de ir para a cama, todo o santo dia a queixar-se é, para terminar o dia,vomitou o jantar. São onze da noite e eu só quero que o tempo não passe. Não quero-queros chegue amanhã. Porque neste momento eles estão todos sossegados e a dormir. E eu não sei quanto tempo é que esta paz vai durar.
Eu sabia da existência da ONV. Já os tinha visto em notícias, já me tinha cruzado com eles em hospitais... mas não fazia ideia do impacto que tinham junto de quem está doente. Juro que não. E foi algo de extraordinário o que presenciei ontem. Deve haver poucas coisas que nos afetem tanto como o bem-estar dos nossos filhos. E a saúde é mesmo a maior das dádivas (depois da vida, claro). Mas saber que estas pessoas existem, saber que há uma equipa de profissionais que se dedica a minimizar o sofrimento destas crianças (e adultos também) é algo que me deixa um bocadinho mais tranquila. A visita que acompanhei com a minha amiga Sónia foi ao serviço de doenças crónias: o 5.2 (acho que nunca mais esqueço este número). Fomos previamente briefadas sobre a visita e todos os procedimentos, tanto os nossos como os dos Dr. Palhaços, neste caso Dras. Palhaças, a Dra. Tutti Fruti e a Dra. Valentina Valentona. E, lá chegada, percebi. Eles, os miúdos, já não são bebés. Têm outro tipo de consciência, sabem que há um mundo lá fora onde deviam estar a brincar. Sabem que existe chocolate, apesar de não o poderem comer. Sabem que há bolas, bonecas, brinquedos, jogos de futebol... sabem que há um mundo e uma vida que lhes foi roubada. Vimos de tudo: crianças que os pais não querem que sejam visitadas, crianças que não têm força para sorrir, crianças que querem esboçar um sorriso só para ficarmos mais satisfeitos apesar de não terem vontade nem motivo para o fazer, e crianças que se iluminam e fazem daquele o seu momento. Foi assim com o pequeno Marco, de 5 anos. Brincou, falou, correu, deixou que brincássemos com ele e, quase no fim, o click... desatou a chorar, o que me deixou o coração apertado mas me fez perceber ainda melhor este trabalho da ONV. É importante que estas crianças se possam manifestar, possam exteriorizar os seus sentimentos, a sua frustração, a sua dor. E as visitas da ONV também servem para isso. E servem para que os pais possam baixar a guarda e possam, eles próprios, rir e chorar. A ONV precisa de todas as ajudas que consiga para funcionar. Estamos a falar de uma estrutura profissional. E não podia ser de outra forma. Não há voluntário que aguente este tipo de trabalho por muito tempo e as pessoas que são contempladas com estas visitas não podem não as receber. Tem de ser um trabalho continuado. Eu deixo aqui o meu apelo para que os ajudem. Pode ser tão simples como fazer uma chamada telefónica ou, se preferirem, um donativo. Deixo aqui o número de telefone e o nib. 760 305 505 (custo da chamada 0,60€ + IVA) NIB: 0036 0310 9910 0011 4395 6. Podem também ir à página deles e comprar o livro de atividades para pintar que fizeram. Quanto a mim, agradeço o convite, do fundo do coração (apesar de ter ficado com ele bem apertadinho) e agradeço também a todo o pessoal do Hospital D. Estefânia. Foram espetaculares.
Fotos ONV:Paulo Maria
Acordar cedo, muito cedo, com uma vozinha que grita "mãe! Mamã, mamãe." Mas também ter de a deitar antes das 20h porque já anda literalmente a dar cabeçadas nas paredes.
Hoje fui convidada para fazer algo que há muito queria fazer mas que tinha um medo enorme de experimentar. Desde que tive cancro e , sobretudo, desde que o meu pai teve e faleceu de cancro, que fiquei mais alerta e atenta para os hospitais, para os internamentos, para o que a palavra hospital pode significar para uma pessoa. Muitos de nós passamos lá horas, dias, semanas, no máximo. Mas há quem chame casa a um hospital; há pessoas que passam mais tempo internadas do que fora de ambiente hospitalar. Durante algum tempo ainda acalentei o desejo de ser voluntária. Mas esbarrei em tanta burocracia que acabei por desistir. Tento contribuir, fazer algo que possa fazer a diferença, mas por outros caminhos. Hoje participei numa visita hospitalar promovida pelo Nariz vermelho. Sobre eles e o espectacular trabalho que desenvolvem falarei mais tarde, quando o meu coração acalmar. Neste momento queria apenas aqui partilhar o turbilhão de emoções que vivi esta manhã. O encontro estava marcado no Hospital D. Estefânia e logo aqui o coração apertou: o sofrimento humano é tramado mas o das crianças, bem o das crianças deixa-me sem pinga de sangue, com a boca seca, uma tremenda vontade de abraçar e de chorar... Fiz a visita com a minha querida Sónia, o que, percebi mais tarde, me ajudou a não me desmanchar logo na primeira visita. Calhou-nos a visita com as Dras. Palhaças ao Serviço 5.2, onde estão doentes crónicos, crianças com doenças crónicas, com internamentos recorrentes... fogo. A sério? Não podia ter sido na cirurgia? Tive uma vontade de largar logo ali a chorar... Mas depois percebi que há momentos em que o que importa não somos nós. Por mais que custe, por mais que a boca seque e as mãos suem, por mais que as pernas tremam e nos apeteça fugir, o importante é percebermos que não estamos ali por nós mas sim por eles, por aquelas crianças doentes, que vivem ali dia após dia, semana após semana... E estamos ali por aquelas pessoas cujo trabalho é fazer sorrir, ou pelo menos tentar, mesmo quando o coração deles aperta seguramente tanto como o meu. Hoje vi coisas extraordinárias, pessoas que fazem do seu trabalho algo grandioso, crianças que sorriram, outras sem força para o fazer; pais que carregam o peso do mundo nos ombros, pais que se alegraram tanto com a nossa visita como as suas crianças; enfermeiras dedicadas... tenho a certeza que não esquecerei o dia de hoje. É impossível. ainda nem consegui engolir o almoço. Mas isso não interessa. Porque o que vi e o que fiz não foi por mim, nem para mim. E posso garantir que fez a diferença. Obrigada Nariz Vermelho.
Em nove meses nove centímetros. O meu menino está doente. Fomos hoje à pediatra. Viemos com um saco cheio de medicamentos e com esta novidade: 1,53m aos dez anos e meio. O meu menino está doente e está a deixar de ser o meu menino.
Tão mas tão chique. Obrigada
Foi bonita a festa, pá! Foi só um jantarinho de miúdas, algumas das minhas miúdas. Estávamos todas a precisar de sair, espairecer, conversar e beber. A festa, claro está, foi animada pela prenda que tinha recebido dos meus babes. Em momentos assim sinto-me agradecida, muito agradecida, pela vida que tenho, pelos amigos que tenho... Ontem foi bom. Amanhã há a parte 2. Obrigada. De coração.
Hoje faço anos. Hoje estou virada para os meus. Hoje vou ramboiar. Hoje faço 39 anos e está a ser muito bom.
Este ano não me escapam umas férias em condições. Já estou em campo.
Estou a dois dias de fazer anos... 39. Me-do!
Continuamos um bocadinho perros na Matemática (embora melhores) mas as notas dos primeiros testes deste período não estão nada más. O rapaz está malcriado (mas a esforçar-se para ser menos parvo) e igual a todos os outros rapazes de 10 anos, mas não descarrilou e não arranjou problemas. Menos mal :)