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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
Pessoas que não têm mais do que fazer e que acham que sou sobranceira quando digo que há dias em que me apetecia dobrar camisolas na Zara: TENHAM DÓ DE MIM. Eu respeito todas as profissões, não me acho melhor nem superior e ninguém. Quando escrevi o que escrevi queria dizer que há dias em que ter um trabalho que nos obriga a constantes conflitos, a ter ideias a toda a hora, a lidar com dezemnas de pessoas que interferem directamente no trabalho que fazemos, em que dependemos das nossas ideias para ter comida na mesa, há dias em que isto é uma merda. E em que era muito melhor fazer outro trabalho, menos instável do ponto de vista criativo. Percebeu, anónimo/a querido/a? Obrigada
Eu sei que é lugar-comum, frase feita, chamem-lhe o que quiserem. Nós andamos sempre nestas coisas nas nossas vidas: um dia tudo bem, outro dia tudo mal. Um dias os putos são o melhor do mundo, no dia a seguir queremos matá-los. Um dia o trabalho é maraviloso, o outro só queremos ir para a Zara dobrar camisolas e não ter malta a lixar-nos os cornos, nem conversas difícieis, nem decisões para tomar. O pior é quando a vida resolve fazer um cocktail destes ingredientes marados. Isso, meus amigos, já é mais complicado. Até porque uma pessoa não é de ferro, e vai-se abaixo das canetas. Mas depois, mesmo no meio deste carrocel maluco que não para de andar por mais que eu diga que já estou enjoada e que preciso de sair, há coisas boas, sinais de que, apesar dos pesares, não estamos a errar em tudo. Ontem foi um desses dias. Graças ao meu filho. Obrigada, Henrique.
Tenho uma amiga que tomou uma decisão muito importante na sua vida profissional. Essa decisão, como é óbvio, terá implicações em todas as divisões da sua vida: pessoal, profissional, familiar... Mas essa minha amiga teve uma coragem dos diabos, pesou os prós e os contras e decidiu arriscar. Pior do que nos arrependermos de algo que correu mal é ficar o arrependimento por não termos feito algo. Hoje, no seu facebook, havia muitas mensagens de incentivo e de votos de felicidade. Mas também por lá havia o típico comentário do "gostava de ter a tua coragem" ou "penso nisso muitas vezes mas depois falta-me a coragem". E em relação a isso tenho algo a dizer. Até porque também precisei dessa dose de coragem para deixar o meu anterior trabalho e seguir em frente na vida, arriscando num novo projeto. Irritam-me as pessoas que acham que ter coragem é assim uma coisa tipo ato tresloucado. Uma tipa fixe e tal mas que é preciso ser um bocadinho maluquinha para deixar uma situação estável e arriscar. Amigos, fiquem sabendo que ter coragem dá muito trabalho, e muitas insônias, e dores de cabeça. É analisar a vida, por tudo em perspetiva, ver o que se ganha e sobretudo o que se perde e, mesmo assim, avançar. Ter coragem não é uma caraterística de uns aunatos doidinhos. Ter coragem é como ter sorte, dá muito trabalho.
Quando pessoas que mal conheces se despedem de ti numa festa de aniversário dizendo: "gostámos muito de te ver dançar. Grande energia." Percebes que não estás velha, apenas doidinh
a.
Achei que ia descansar muito, ou pelo menos mais do que descansei... Não o fiz. Mas foi um bom fim-de-semana. Dormi, fui a uma festa de 40 anos, dancei até cair para o lado, dormi (pouco... Mas dormi), almocinho bom em casa da minha mãe e ainda houve tempo para o baby shower surpresa da minha querida Sónia. Acabei a manta (contra todas as expectativas), bebi um Mateus Sparkling em honra do puto regula que vai nascer, conseguir rever amigas queridas e ainda consegui beijar muito um bebé fofinho (foi uma das vantagens de não ter levado os meus filhos). Ainda houve tempo para trabalhar, para jantar com amigos do coração e para ver o Benfica perder. Ah, e ainda consegui acabar a toalha de mesa há muito prometida à minha amiga Marta. Agora é só esperar pela próxima sexta.
Outubro nunca é um bom mês para mim. A muitos níveis. Ao aniversário da morte do meu pai, junta-se sempre uma loucura de trabalho. Este ano juntaram-se mais umas coisitas. E o corpo ressentiu-se. Pois, o meu corpo tem destas coisas, não gosta de abusos. Eu gosto de fazer tudo o que faria se tivesses as peças todas. E depois, bem depois tenho de fazer shutdown... Foi assim. Espero que tenha passado.
Foi assim que me senti ontem. Voltei ao local onde o meu pai esteve internado e onde morreu. Voltei aquela sala. Acho que nunca falei da coragem extraordinária do meu irmão. O meu irmão trabalhava no serviço onde o meu pai passou mais tempo internado e onde morreu. Caraças, de cada vez que penso nisso acho que ninguém pode sobreviver de forma normal a este tipo de dor. Ele tratou do nosso pai, viu-o definhar e morrer. Mas pior do que isso é voltar todos os dias àquele local, olhar para aquela sala, vazia, cama feita. Aquela pequena cela de isolamento. Aqueles vidros onde os netos se penduravam. E ele faz isso diariamente. Ontem, enquanto fui ter com o meu irmão, senti uma estranha atracção aquele sítio e quando dei por mim já estava lá dentro, a olhar para todos os cantos, para todos os pormenores e a senti-lo ainda lá. Parecia que tinha sido ontem que lá tinha entrado pela última vez: naquele ritual de desinfectar as mãos, por luvas e máscarapa, dar um longo beijo, massajar-lhe as pernas, ler-lhe o jornal, contar as novidades do Henrique. E foi aí que senti uma dor tão fina que parecia que me tinham rebentado o coração. De dentro para fora.
Da Alice a dançar para meter aqui. Mas o Sapo está armado em parvo e não me deixa. Mas que grande merda esta de me obrigarem a carregar os vídeos no sapo. Aghhhhhhhhh
Ai tens pouco para fazer? Então toma lá. Ficas representante dos pais na turma do teu filho. Agora é cruzar os dedos para que não haja porcaria. Principalmente do lado do meu puto.
Há dias assim, que começam mal, com uma sensação estranha na alma e que acabam tranquilos, a dar-nos paz. Hoje foi um desses dias.
Por estes dias as coisas nunca andam boas. 8 e 9 de Outubro são dias que me ficaram gravados no coração. Pode parecer estranho mas acordei no dia 8 com uma sensação estranha, um aperto no coração, não consigo explicar bem. Depois lembrei-me... E entrei num processo de memórias, de reconstituição de uma realidade que já o foi. O dia em que o meu pai me morreu. E escrevo morreu-me e não morreu, porque é assim que me sinto. Ainda hoje: ele morreu-me, foi-me tirado. Fecho os olhos e faço a reconstituição daqueles dois dias. Foi tudo tão rápido e às vezes parece-me que foi uma eternidade, que o tempo simplesmente não passava. Estes dias são dias em que as palavras com a minha mãe e com o meu irmão são mais escassas. Tentamos lembrar o que não foi esquecido. "Sabes que dia é hoje?" "Sei,mas não quero falar sobre isso. Não estou preparada. " Perder o meu pai deixou-me infinitamente mais triste. E não há nada que preencha esse vazio. Já lá vão seis anos...
Há momentos assim: em que o trabalho aperta tanto e a vida nos consome de tal forma que há tempo para muito pouco. Vir aqui, por exemplo, passou a ser um luxo...
Começo por manifestar o meu alívio com a resolução desta situação. A partir de amanhã o horário do meu filho voltará ao desenho inicial, ou seja, tem três manhãs livres por semana. Foi uma batalha difícil, nem se percebe bem porquê, mas a verdade é que foi custoso. Para que fique claro (houve um comentário aqui no blogue de alguém que não percebeu, e se não percebeu é porque me expliquei mal), vou resumir a novela. O meu filho está no quinto ano numa turma de ensino articulado. Significa que a maioria dos alunos daquela turma estão também a aprender música numa escola reconhecida pelo Ministério da Educação e com protocolo com a escola que frequentam. Estar no ensino articulado significa para os pais dos alunos várias coisas: que eles deixam de pagar. Propina da escola da música (ou parte dela), que os miúdos são dispensa dados, por lei, das disciplinas de expressão artística porque passam a ser avaliados nessa vertente pelos resultados que têm na escola de música. Para uma criança de 10 anos que tem a carga horária de 6 horas de música por semana, mas ensaio diário em casa, todo o tempo livre é importante. Até porque precisam desse tempo para estudar, brincar, ver televisão, fazer desporto... O que seja. A turma do meu filho tem meninos de várias escolas de música o que torna, logo à partida, muito difícil fazer um horário que satisfaça todos. Por isso, parece-me, a escola teve o cuidado de libertar os meninos 3 manhãs por semana (é o que acontece a todas as turmas da tarde naquela escola) e, como a decisão da turma de ensino articulado ser de tarde complica a vida de alguns desses meninos porque a sua escola de música tem aulas precisamente ao final da tarde, a direcção teve o cuidado de colocar as disciplinas das quais eles estão dispensados ao final da tarde, para que eles possam sair mais cedo. Depois de muita ginástica conseguimos orientar o horário do Henrique. Até que um dia, sem sequer ter sido comunicado formalmente aos pais,as crianças chegam a casa dizendo que vai haver uma troca no horário que os obriga a sair mais cedo à segunda, mas a ter de ir à escola à quarta-feira de manhã para ter apenas uma disciplina. A ideia pareceu-nos logo péssima. E ficámos à espera de uma explicação da directora de turma ou da directora do agrupamento. Supostamente seria para que um dos meninos que está a estudar música pudesse ir a uma determinada disciplina durante os dias de semana, coisa que não era possível com o horário como estava. Só que depressa percebemos que essa mudança em nada iria alterar a situação desse menino. Ele teria de estar dispensado nos finais de tarde de segunda e de quinta para poder ir à escola de música e o horário de quinta-feira não foi nem seria alterado. Resultado: foi mau para todos e, pior, mostrou uma certa arbitrariedade na tomada de decisões. Como é que se muda um horário por causa de um aluno? Pior, sem consultar os restantes pais. Pior, essa mudança não resolvia nada. E nisto estivemos quase três semanas, com grande confusão, falta de explicações, pessoas exaltadas... Inscrever uma criança no ensino articulado é lancá-la no ensino artístico e, como tal, é decidir que a música é uma prioridade, nestas idades gostamos que os miúdos façam tudo e mais um par de botas, mas às vezes é preciso fazer escolhas: nós tivemos de fazer as nossas. E parece-me (não quero ser injusta, mas é o que corre) que nem todos os pais pensam da mesma forma e acham que o desporto dos meninos é mais importante do que a música. Acho uma decisão plausível e razoável. Mas já não acho que se pense que se têm de mudar as coisas servido 1 e prejudicando 20.
Foi um sofrimento. Estava ali a ver o Arouca a jogar para caraças e a pensar : " a sério? Não podemos perder pontos para o Arouca, caraças." E foi quando o Talisca resolveu. Bom, muito bom. Foram 15 minutos à Benfica. O suficiente para ganhar e marcar muito (até mais do que merecíamos). Gosto de fins-de-semana que acabam assim.
Este era um dia com significado. E deixou de se. Porquê? Será por causa do feriado? Será porque estamos fartos da política? É uma pena que assim seja. É importante explicar aos mais novos os momentos mais importantes da nossa História, sejam eles quais forem. E não me parece que isso esteja a acontecer. E contra mim falo que hoje não fiz nada de simbólico, não expliquei nada ao meu filho sobre a data de hoje e isso entristece-me.
No meio da loucura que têm sido as últimas semanas consegui, ainda que a custo, voltar às costurices. Sei de uma menina muito linda que amanhã vai ganhar um belo tapa fraldas como prenda de aniversario.
No outro dia expliquei a uma amiga uma nova estratégia que adotei em certas lojas quando em tentam impingir uma peça de roupa. " muito gira, mas eu já não tenho idade para essas coisas". A minha amiga perguntou-me se a cena da idade me tinha atingido. Não pela estratégia que sigo mas pelos meus posts "percebes que estás a ficar velha". Achei que não, mas a verdade é que fiquei a pensar nas palavras dela. E depois de muito pensar continuo a achar que não. Sim, tenho pena de não ter as mamas que tinha aos 20 anos (mas basicamente perdi-as quando perdi peso por causa do cancro e não por causa da idade); sim, adorava ter a pedalada de outros tempos, mas não tenho; e de ter rabo e pernas firmes ( mas não faço ginástica, coisa que fazia com 20 anos). Agora eu, o meu aspeto? Posso garantir-vos que sou muito mais gira agora, a caminho dos 40, do que quando tinha 20. De cada vez que vejo uma foto minha dos tempos de faculdade pergunto sempre: "como era possível???". O que acho é que tenho menos paciência para certas coisas e mais prudência noutras. E tenho o peso da família. A responsabilidade de ser bem sucedida, por mim, por eles, para eles. A cena da idade ainda não chegou. Pelo menos ao departamento da aparência. (Talvez tenha chegado ao profissional, mas isso é toda uma outra história).
Uma pessoa não pode estar uma semana fora que quando volta tem a casa toda virada do avesso. Ui... Vai ser bonito conseguir continuar a escrever aqui com tanta mudança...