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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.


30
Jan09

As pessoas andam tristes

por Princesa das estrelas
basta uma viagem de metro, uma ida ao supermercado ou ao café e ficar a vaguear, cinco minutos, pelos rostos dos que me rodeiam. Vejo tristeza, medo, receio. Ou porque foram despedidas, ou porque têm um amigo que foi despedido, ou porque têm medo de ser despedidas... as pessoas andam tristes e a tristeza está como a gripe, a contagiar toda a gente.
Basta olhar para a secção de economia de qualquer jornal e, quando vemos que a notícia de um despedimento é 5x maior que a notícia de um novo projecto que vai criar milhares de empregos, percebemos que os jornalistas também andam assustados e tristes. Eu falo por mim. Também eu ando triste e angustiada com esta situação: a crise, a casa que não se vende, o tempo, o cabrão do tempo, este negrume que é o céu há quase um mês... tudo deprime e entristece.
Basta um olhar mais atento, um ouvido à escuta e percebo que o mundo que me rodeia, a vida real das pessoas reais que vivem com muito menos que eu, tem motivos para estar triste. Esta semana, enquanto estava na fila para pagar as minhas compras da semana no Pingo Doce, prestei atenção à conversa de dois rapazes brasileiros que estavam atrás de mim. O jantar deles (dois rapazes bem parecidos) ia ser um bróculo, um pacote de natas e uma lata de salsichas. E a conversa girava em torno do pacote de pães de leite que custava 1,08 euros e que eles não tinham dinheiro para comprar. "Já viu que ar gostoso... ia ficar bem no nosso café da manhã". "Da próxima a gente compra".
E, não querendo pensar que as desgraças dos outros atenuam as minhas, o melhor é acordar de bem para a vida, pensar que a Primavera está quase a chegar, que a casa está alugada e que se há-de vender, que eu fiz exames e estou bem por mais seis meses, que o meu filho e o meu marido estão bem, que tenho amigos maravilhosos e uma casa fantástica... Há que pensar positivo, caraças. Menos uns jantares, menos umas viagens, menos umas compras... que se lixe
Basta andar de olhos abertos e ouvidos à escuta para perceber que as minhas pequenas desgraças nada são quando comparadas com esta grande epidemia de tristeza.

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30
Jan09

As pessoas andam tristes

por Princesa das estrelas
basta uma viagem de metro, uma ida ao supermercado ou ao café e ficar a vaguear, cinco minutos, pelos rostos dos que me rodeiam. Vejo tristeza, medo, receio. Ou porque foram despedidas, ou porque têm um amigo que foi despedido, ou porque têm medo de ser despedidas... as pessoas andam tristes e a tristeza está como a gripe, a contagiar toda a gente.
Basta olhar para a secção de economia de qualquer jornal e, quando vemos que a notícia de um despedimento é 5x maior que a notícia de um novo projecto que vai criar milhares de empregos, percebemos que os jornalistas também andam assustados e tristes. Eu falo por mim. Também eu ando triste e angustiada com esta situação: a crise, a casa que não se vende, o tempo, o cabrão do tempo, este negrume que é o céu há quase um mês... tudo deprime e entristece.
Basta um olhar mais atento, um ouvido à escuta e percebo que o mundo que me rodeia, a vida real das pessoas reais que vivem com muito menos que eu, tem motivos para estar triste. Esta semana, enquanto estava na fila para pagar as minhas compras da semana no Pingo Doce, prestei atenção à conversa de dois rapazes brasileiros que estavam atrás de mim. O jantar deles (dois rapazes bem parecidos) ia ser um bróculo, um pacote de natas e uma lata de salsichas. E a conversa girava em torno do pacote de pães de leite que custava 1,08 euros e que eles não tinham dinheiro para comprar. "Já viu que ar gostoso... ia ficar bem no nosso café da manhã". "Da próxima a gente compra".
E, não querendo pensar que as desgraças dos outros atenuam as minhas, o melhor é acordar de bem para a vida, pensar que a Primavera está quase a chegar, que a casa está alugada e que se há-de vender, que eu fiz exames e estou bem por mais seis meses, que o meu filho e o meu marido estão bem, que tenho amigos maravilhosos e uma casa fantástica... Há que pensar positivo, caraças. Menos uns jantares, menos umas viagens, menos umas compras... que se lixe
Basta andar de olhos abertos e ouvidos à escuta para perceber que as minhas pequenas desgraças nada são quando comparadas com esta grande epidemia de tristeza.

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30
Jan09
Esta é a frase que costumamos ouvir nas séries de televisão no momento em que os maus são presos e nunca pensei usá-la para ilustrar uma situação lá em casa. Mas a verdade é esta: ontem fui à escola do Henrique visitar a feira da reciclagem. Durante semanas levámos pacotes de leite e caixas de ovos que eles transformaram eu puzles, crocodilos ou telefones. E no meio daquele momento fui alertada pela educadora para o facto de o meu filho andar a bater nos outros meninos. Quando se sente ameaçado, quando o empurram, quando o magoam, ele não conversa nem pergunta porquê. Parte logo para a chapada.
À noite, preocupada, tentei falar com ele sobre o assunto. Expliquei-lhe que ele não pode andar por aí à estalada aos meninos, que eles assim não vão querer ser seus amigos. "Filho tu deste uma chapada na cara do David Capela. Como foste capaz?", perguntei tentando dramatizar o seu acto. E ele apenas respondeu "Eu estava a defender-me. Ele puxou-me as bochechas e tu e o pai disseram para eu me defender quando me fizessem mal. Foi o que fiz."
Aqui está o ensinamento do avô António levado ao limite...

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30
Jan09
Esta é a frase que costumamos ouvir nas séries de televisão no momento em que os maus são presos e nunca pensei usá-la para ilustrar uma situação lá em casa. Mas a verdade é esta: ontem fui à escola do Henrique visitar a feira da reciclagem. Durante semanas levámos pacotes de leite e caixas de ovos que eles transformaram eu puzles, crocodilos ou telefones. E no meio daquele momento fui alertada pela educadora para o facto de o meu filho andar a bater nos outros meninos. Quando se sente ameaçado, quando o empurram, quando o magoam, ele não conversa nem pergunta porquê. Parte logo para a chapada.
À noite, preocupada, tentei falar com ele sobre o assunto. Expliquei-lhe que ele não pode andar por aí à estalada aos meninos, que eles assim não vão querer ser seus amigos. "Filho tu deste uma chapada na cara do David Capela. Como foste capaz?", perguntei tentando dramatizar o seu acto. E ele apenas respondeu "Eu estava a defender-me. Ele puxou-me as bochechas e tu e o pai disseram para eu me defender quando me fizessem mal. Foi o que fiz."
Aqui está o ensinamento do avô António levado ao limite...

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