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Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.


18
Set06

Estado de espírito

por Princesa das estrelas
Hoje de manhã, a caminho do trabalho, cruzei-me com uma grávida. Uma dquelas mulheres para quem a gravidez deve ser das fases mais fantásticas da vida. Isto porque, apesar do tamanho descomunal da barriga, ela lá ia a descer a rua do Sol ao Rato com um sorriso de orelha a orelha e com uma atitude do género "estou gira, não estou?".
Gostei de a ver. Pensei para comigo "Que mulher bonita." Mas, simultaneamente, fiquei com uma pontinha de inveja. A minha gravidez não foi muito complicada, mas também não foi um mar de rosas. Passei um mês de cama com hemorragias e a partir do sétimo mês parecia o boneco da Michelin, de tão inchada que estava. No entanto, a minha gravidez foi fantástica. Porque eu adorei estar grávida, adorei passear-me de roupa justa e grandes decotes, de andar na praia de biquini até à vespera do Henrique nascer, de me exibir, de me achar bonita mesmo quando estava horrorosa de tão inchada.
Senti uma pontinha de inveja porque não vou voltar a engravidar. Logo eu que queria, pelo menos, mais um filhote. Mas foi uma inveja sem tristeza, apenas a constatação de um facto.
E enquanto continuava a subir o resto da rua veio-me à memória o que pensei quando soube que estava doente. É muito curioso ver como as pessoas são "inocentes", como não têm grande noção da realidade. Pelo menos eu fui assim. Quando soube que estava doente, uma das primeiras pessoas a quem liguei foi à minha ginecologista porque queria saber como fazer para garantir que poderia voltar a ter filhos (uma vez que a quimioterapia pode provocar infertilidade e menopausa precoce). Naquele momento (e nos dias que se seguiram) a minha preocupação não foi saber se iria sobreviver, mas garantir que poderia voltar a ser mãe. E mesmo depois de perceber a gravidade da situação, de entender quais eram as hipóteses de tudo correr bem, eu perguntei ao meu oncologista na promeira consulta (quase dois meses depois da operação), se os tratamentos que ia fazer me impediriam de ser mãe.
Na altura fiquei indignada com a resposta que ele me deu: " Eu não sei o que você pensa mas, se fosse a si deixava-me estar quietinha...". Mas quem era aquele gajo para estar a dar sugestões sobre a forma como eu queria conduzir a minha vida? Com que direito me mandava estar quietinha? Ainda por cima com aquele ar de superioridade...
Hoje consigo perceber de outra forma as suas palavras. O que ele quis foi alertar-me para o risco de uma gravidez. Eu, em muitos apspectos físicos, já não sou quem fui. Para além dos riscos óbvios de uma gravidez numa pessoa que teve cancro (crescimento avassalador das células, o que pode potenciar o aparecimento de células malignas), eu não tenho estômago; sou uma pessoa de baixo peso. Iria passar por muitos dissabores se voltasse a engravidar.
De certeza que não iria descer a rua de túnica beringela, com um sorriso de orelha a orelha.

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18
Set06

Estado de espírito

por Princesa das estrelas
Hoje de manhã, a caminho do trabalho, cruzei-me com uma grávida. Uma dquelas mulheres para quem a gravidez deve ser das fases mais fantásticas da vida. Isto porque, apesar do tamanho descomunal da barriga, ela lá ia a descer a rua do Sol ao Rato com um sorriso de orelha a orelha e com uma atitude do género "estou gira, não estou?".
Gostei de a ver. Pensei para comigo "Que mulher bonita." Mas, simultaneamente, fiquei com uma pontinha de inveja. A minha gravidez não foi muito complicada, mas também não foi um mar de rosas. Passei um mês de cama com hemorragias e a partir do sétimo mês parecia o boneco da Michelin, de tão inchada que estava. No entanto, a minha gravidez foi fantástica. Porque eu adorei estar grávida, adorei passear-me de roupa justa e grandes decotes, de andar na praia de biquini até à vespera do Henrique nascer, de me exibir, de me achar bonita mesmo quando estava horrorosa de tão inchada.
Senti uma pontinha de inveja porque não vou voltar a engravidar. Logo eu que queria, pelo menos, mais um filhote. Mas foi uma inveja sem tristeza, apenas a constatação de um facto.
E enquanto continuava a subir o resto da rua veio-me à memória o que pensei quando soube que estava doente. É muito curioso ver como as pessoas são "inocentes", como não têm grande noção da realidade. Pelo menos eu fui assim. Quando soube que estava doente, uma das primeiras pessoas a quem liguei foi à minha ginecologista porque queria saber como fazer para garantir que poderia voltar a ter filhos (uma vez que a quimioterapia pode provocar infertilidade e menopausa precoce). Naquele momento (e nos dias que se seguiram) a minha preocupação não foi saber se iria sobreviver, mas garantir que poderia voltar a ser mãe. E mesmo depois de perceber a gravidade da situação, de entender quais eram as hipóteses de tudo correr bem, eu perguntei ao meu oncologista na promeira consulta (quase dois meses depois da operação), se os tratamentos que ia fazer me impediriam de ser mãe.
Na altura fiquei indignada com a resposta que ele me deu: " Eu não sei o que você pensa mas, se fosse a si deixava-me estar quietinha...". Mas quem era aquele gajo para estar a dar sugestões sobre a forma como eu queria conduzir a minha vida? Com que direito me mandava estar quietinha? Ainda por cima com aquele ar de superioridade...
Hoje consigo perceber de outra forma as suas palavras. O que ele quis foi alertar-me para o risco de uma gravidez. Eu, em muitos apspectos físicos, já não sou quem fui. Para além dos riscos óbvios de uma gravidez numa pessoa que teve cancro (crescimento avassalador das células, o que pode potenciar o aparecimento de células malignas), eu não tenho estômago; sou uma pessoa de baixo peso. Iria passar por muitos dissabores se voltasse a engravidar.
De certeza que não iria descer a rua de túnica beringela, com um sorriso de orelha a orelha.

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13
Set06

Um prémio para esta senhora

por Princesa das estrelas

Um dia desta semana, acho que na segunda-feira, dei comigo a ver um episódio do "Sexo e a Cidade", uma das minhas séries do coração. Soa a cliché, coisa e tal, mas é mesmo assim. Gosto daquelas gajas e, por mais que a vida delas seja fabricada num estúdio e restrita aos 45 minutos de lazer que nos proporciona, a verdade é que há sempre um ponto de cOntacto com a vidinha real que a malta vive aqui em Lisboa, Portugal dos pequenitos.
E eu, que não sou diferente do resto das mulheres que em todo o mundo vêem a série, acabo sempre por me identificar com uma cena ou dou comigo a discutir em voz alta a decisão que uma destas quatro malucas tomou, como se elas me ouvissem, como fazia a minha avó com as personagens das novelas.
Mas esta semana foi diferente.
A Samantha tem cancro e é ali, no meio de um broche (sim porque a senhora não está doente da boca) que tem o primeiro contacto com um dos efeitos da sua doença... a queda de cabelo! Contado parece hilariante. O namorado fica com uma mecha enorme de cabelos dela na mão. E como devem calcular, não há tesão que resista... não percebemos, à primeira, o que mais a incomodou: se a queda de cabelo ou a falta de tesão do namorado. Mas é só à primeira vista.
No fundo este é apenas mais um dos motivos pelos quais eu gosto tanto desta série: porque não camuflua a realidade: ela continua a ser a mesma mulher de sempre, com as mesmas aspirações, desejos e comportamentos. Só que agora está doente. E, embora tente levar a vida da forma mais natural e normal possível, a verdade é que a sua vida está interrompida, povoada de medos e angústias.
"Deixa que te fale dos meus medos", diz a páginas tantas à sua amiga Carrie. E é aqui que desato a chorar. Porque, por mais que lutemos, por mais vontade que tenhamos de levar a vida para a frente, há algo em nós que muda. O MEDO passa a fazer parte da nossa vida. A MORTE passa e povoar os nossos pensamentos.
Foi reconfortante perceber que há quem consiga passar para uma série de ficção um pedaço de realidade tão duro, sem melodramismos, sem sentimentalismos baratos, sem lágrimas desnecessárias....
Esta senhora é uma grande senhora! merece o prémio que tem nas mãos.

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13
Set06

Um prémio para esta senhora

por Princesa das estrelas

Um dia desta semana, acho que na segunda-feira, dei comigo a ver um episódio do "Sexo e a Cidade", uma das minhas séries do coração. Soa a cliché, coisa e tal, mas é mesmo assim. Gosto daquelas gajas e, por mais que a vida delas seja fabricada num estúdio e restrita aos 45 minutos de lazer que nos proporciona, a verdade é que há sempre um ponto de cOntacto com a vidinha real que a malta vive aqui em Lisboa, Portugal dos pequenitos.
E eu, que não sou diferente do resto das mulheres que em todo o mundo vêem a série, acabo sempre por me identificar com uma cena ou dou comigo a discutir em voz alta a decisão que uma destas quatro malucas tomou, como se elas me ouvissem, como fazia a minha avó com as personagens das novelas.
Mas esta semana foi diferente.
A Samantha tem cancro e é ali, no meio de um broche (sim porque a senhora não está doente da boca) que tem o primeiro contacto com um dos efeitos da sua doença... a queda de cabelo! Contado parece hilariante. O namorado fica com uma mecha enorme de cabelos dela na mão. E como devem calcular, não há tesão que resista... não percebemos, à primeira, o que mais a incomodou: se a queda de cabelo ou a falta de tesão do namorado. Mas é só à primeira vista.
No fundo este é apenas mais um dos motivos pelos quais eu gosto tanto desta série: porque não camuflua a realidade: ela continua a ser a mesma mulher de sempre, com as mesmas aspirações, desejos e comportamentos. Só que agora está doente. E, embora tente levar a vida da forma mais natural e normal possível, a verdade é que a sua vida está interrompida, povoada de medos e angústias.
"Deixa que te fale dos meus medos", diz a páginas tantas à sua amiga Carrie. E é aqui que desato a chorar. Porque, por mais que lutemos, por mais vontade que tenhamos de levar a vida para a frente, há algo em nós que muda. O MEDO passa a fazer parte da nossa vida. A MORTE passa e povoar os nossos pensamentos.
Foi reconfortante perceber que há quem consiga passar para uma série de ficção um pedaço de realidade tão duro, sem melodramismos, sem sentimentalismos baratos, sem lágrimas desnecessárias....
Esta senhora é uma grande senhora! merece o prémio que tem nas mãos.

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12
Set06

Barulhinho Bom

por Princesa das estrelas
No domingo fui ao concerto da Marisa Monte.
Como acontece sempre que a oiço, emocionei-me. Gosto da forma como ela se move em palco, gosto do modo como pensa os espectáculos, como um todo em que cada detalhe não é deixado ao acaso; gosto do modo como canta (aquela voz é fantástica); e adoro as letras das suas músicas. Já ri e chorei muito a ouvir Marisa Monte. Foi a banda sonora de muitos momentos felizes, de algumas desilusões e desencontros de amor...
Aquei fica um pedaço de uma letra que me é particularmente querida


Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilateVem, cara, me retrate
Não é impossívelEu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de MarteVem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrarNo meu infinito particular

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12
Set06

Barulhinho Bom

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No domingo fui ao concerto da Marisa Monte.
Como acontece sempre que a oiço, emocionei-me. Gosto da forma como ela se move em palco, gosto do modo como pensa os espectáculos, como um todo em que cada detalhe não é deixado ao acaso; gosto do modo como canta (aquela voz é fantástica); e adoro as letras das suas músicas. Já ri e chorei muito a ouvir Marisa Monte. Foi a banda sonora de muitos momentos felizes, de algumas desilusões e desencontros de amor...
Aquei fica um pedaço de uma letra que me é particularmente querida


Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilateVem, cara, me retrate
Não é impossívelEu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de MarteVem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrarNo meu infinito particular

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11
Set06

Acabou

por Princesa das estrelas
Nem foram particularmente boas, as minhas férias mas, mesmo assim, acabaram. E a sensação não é boa...
Estou de volta ao trabalho.

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Set06

Acabou

por Princesa das estrelas
Nem foram particularmente boas, as minhas férias mas, mesmo assim, acabaram. E a sensação não é boa...
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01
Set06

Estou à beira de um ataque de nervos

por Princesa das estrelas
Estou de férias mas não parece. A minha casa está em obras e, por mais que eu veja o senhor Lourival e o senhor Diego aqui a labutar até às seis da tarde, a verdade é que tudo me parece andar muito devagar, demasiado devagar... Nunca imaginei que mudar umas madeiras de umas ombreiras pudesse transformar-se neste pesadelo.
Como se não fosse confusão bastante para a minha vida, despedi a minha empregada.... isto está lindo, está!
Bem, este blogue vai fechar para férias, porque eu vou deixar a casa entregue aos meus amigos Vitor e Carla e vou para a Costa Aletejana. Pode ser que quando chegar acorde do pesadelo de férias!!!1

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Set06

Estou à beira de um ataque de nervos

por Princesa das estrelas
Estou de férias mas não parece. A minha casa está em obras e, por mais que eu veja o senhor Lourival e o senhor Diego aqui a labutar até às seis da tarde, a verdade é que tudo me parece andar muito devagar, demasiado devagar... Nunca imaginei que mudar umas madeiras de umas ombreiras pudesse transformar-se neste pesadelo.
Como se não fosse confusão bastante para a minha vida, despedi a minha empregada.... isto está lindo, está!
Bem, este blogue vai fechar para férias, porque eu vou deixar a casa entregue aos meus amigos Vitor e Carla e vou para a Costa Aletejana. Pode ser que quando chegar acorde do pesadelo de férias!!!1

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