Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Passaram-lhe as grandes birras. Não grita por tudo e por nada, está a gostar de estar na sala dos crescidos na escola de música, interessa-se por experiências científicas na escola e não pára de falar da Idade do Gelo 3. Ontem, quinta-feira, dia mãe/filho, lá fomos jantar ao Buenos Aires (que, ou muito me engano ou vai passar a ser a nossa cantina das quintas-feiras). À chegada, pouco depois das sete da tarde, teve direito a recepção calorosa por parte das empregadas (e ele adora a atenção que lhe dão), lá veio a sua sopinha, o pão com manteiga e o bife argentino carregado de batatas fritas e salada. Estava tudo quase perfeito. Até que apareceu o pai. Juntou-se a nós para jantar. Nesse momento deixou de ser a nossa refeição a dois para ser uma coisa de família. E foi muito bom. Ele adorou dividir o seu gelado de doce de leite com o pai, e gostou ainda mais de lhe roubar batatas fritas. Janta terminada fomos cada um para seu lado, o pai para o trabalho e nós para o quentinho da cama grande. A grande conquista da noite deu-se quando ele se virou para mim, já sentado em cima da nossa cama e me disse: "mãe podemos fazer aquela coisa das etapas para eu ir ao meu quarto buscar a almofada?" E eu senti-me feliz. Na semana anterior quando o forcei a ir sozinho ao quarto buscar a almofada para vencer o medo senti-me horrível. Apesar de lhe ter explicado que o truque era fazer a coisa por etapas, ir acendendo todas as luzes da casa até chegar ao quarto, ele ficou furioso comigo. Mas ontem foi um regalo vê-lo a ir sozinho, a correr e a acender todas as luzes.
Com tantos avanços há, no entanto, um recuo que me preocupa: o chichi. O Henrique nasceu com hipospádias, uma malformação da pilinha que já o obrigou a 3 cirurgias. Mesmo assim terá de se submeter a uma última porque, neste momento, tem dois jactos de chichi e quando acaba de o fazer forma-se sempre uma bolsinha com chichi que faz com que pingue as cuecas, por mais cuidado que tenha. Apesar destas condicionantes, o Henrique, há cerca de seis meses, deixou de fazer chichi na cama. Para isso bastava que um dos pais o levasse à casa de banho por volta da meia-noite. Depois, no fim de Novembro, deixou de ser necessário levá-lo, e ficámos muito felizes. Ele começou a chamar-nos de cada vez que queria fazer chichi. Em Dezembro fez duas infecções urinárias e não sei se foi por isso, nas duas últimas semanas voltámos ao chichi na cama. O fim-de-semana passado chegou a fazer, na mesma noite, chichi na cama por duas vezes.
Não sei se deva estar muito preocupada. Tudo o que leio na net me fala dos problemas da enurese nocturna, e isto e aquilo. Não sei se deva ficar muito preocupada ou se deva aguardar e achar que, no meio de tantos avanços, os recuos são mesmo normais.
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por Princesa das estrelas
A minha vida não tem sido fácil. Não é que esteja particularmente infeliz ou com grandes dramas para além dos que já são normais (infelizmente, a doença do meu pai já começa a ter um estranho lado de normalidade). Falo de difícil no sentido de preenchida, na verdade ando quase sem tempo para me coçar. E entre a tentativa de vender a nossa casa, a operação da minha mãe, a doença do meu pai, e as obras da casa nova, deparo-me com um novo problema. O chichi na cama.
Sim, confesso, o meu filho tem feito chichi na cama muitas vezes. Decidi tirar-lhe a fralda. Ele tem quatro anos e é um grande espertalhão em tudo. Vai daí, e levada pelos conselhos alheios, decidi tirar-lhe a fralda. Resultado: mesmo acordando a meio da noite para o por a fazer chichi, a verdade é que encontro a cama molhada pela manhã, umas duas a três vezes por semana.
Comecei a ficar preocupada: 4 anos pareceu-me mais do que a altura certa para ele deixar a fralda à noite. Principalmente porque tirar-lhe a fralda de dia foi muito fácil.
Encontrava-me numa encruzilhada: estava com medo de voltar atrás e voltar a colocar-lhe a fralda à noite (assim ele nunca mais vai deixar a fralda, e isto e aquilo.... diziam-me as vozes sábias) mas, com todo o trabalho que tenho neste momento, estava a ser muito difícil lidar com esta situação de estar sistematicamente a mudar a cama e o pijama.... já me via a deixar o edredão na lavandaria todas as semanas do próximo Inverno....
Até que se fez luz: fui ao escritório procurar o meu livro do Dr. Brazelton, a bíblia das mães que há tanto tempo andava perdida na estante, e senti-me outra mulher. Cada criança tem o seu ritmo. A frase mais lapidar que lá encontrei foi qualquer coisa do género " quando uma criança faz chichi na cama quase sempre a culpa é dos pais". e porquê? Porque insistimos em fazer algo que eles ainda não estão preparados para fazer. Por mais que eu o tente levantar todas as noites para ir à casa de banho, se a bexiga dele não tiver maturidade suficiente ou se os seus ciclos de sono não normalizarem (de modo a que seja capaz de acordar quando tem o sono leve), ele vai continuar a fazer chichi na cama....
O Henrique já sabe o que é uma trivela, come vegetais, usa correctamente termos como desapontado ou excluído, sabe fazer rimas e somas e sabe também escrever o seu nome.... pronto, tenho que admitir que no chichi ele ainda tem um longo caminho a percorrer. Paciência!
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A minha vida não tem sido fácil. Não é que esteja particularmente infeliz ou com grandes dramas para além dos que já são normais (infelizmente, a doença do meu pai já começa a ter um estranho lado de normalidade). Falo de difícil no sentido de preenchida, na verdade ando quase sem tempo para me coçar. E entre a tentativa de vender a nossa casa, a operação da minha mãe, a doença do meu pai, e as obras da casa nova, deparo-me com um novo problema. O chichi na cama.
Sim, confesso, o meu filho tem feito chichi na cama muitas vezes. Decidi tirar-lhe a fralda. Ele tem quatro anos e é um grande espertalhão em tudo. Vai daí, e levada pelos conselhos alheios, decidi tirar-lhe a fralda. Resultado: mesmo acordando a meio da noite para o por a fazer chichi, a verdade é que encontro a cama molhada pela manhã, umas duas a três vezes por semana.
Comecei a ficar preocupada: 4 anos pareceu-me mais do que a altura certa para ele deixar a fralda à noite. Principalmente porque tirar-lhe a fralda de dia foi muito fácil.
Encontrava-me numa encruzilhada: estava com medo de voltar atrás e voltar a colocar-lhe a fralda à noite (assim ele nunca mais vai deixar a fralda, e isto e aquilo.... diziam-me as vozes sábias) mas, com todo o trabalho que tenho neste momento, estava a ser muito difícil lidar com esta situação de estar sistematicamente a mudar a cama e o pijama.... já me via a deixar o edredão na lavandaria todas as semanas do próximo Inverno....
Até que se fez luz: fui ao escritório procurar o meu livro do Dr. Brazelton, a bíblia das mães que há tanto tempo andava perdida na estante, e senti-me outra mulher. Cada criança tem o seu ritmo. A frase mais lapidar que lá encontrei foi qualquer coisa do género " quando uma criança faz chichi na cama quase sempre a culpa é dos pais". e porquê? Porque insistimos em fazer algo que eles ainda não estão preparados para fazer. Por mais que eu o tente levantar todas as noites para ir à casa de banho, se a bexiga dele não tiver maturidade suficiente ou se os seus ciclos de sono não normalizarem (de modo a que seja capaz de acordar quando tem o sono leve), ele vai continuar a fazer chichi na cama....
O Henrique já sabe o que é uma trivela, come vegetais, usa correctamente termos como desapontado ou excluído, sabe fazer rimas e somas e sabe também escrever o seu nome.... pronto, tenho que admitir que no chichi ele ainda tem um longo caminho a percorrer. Paciência!
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