Depois de um dia mau pode haver um céu estrelado. O meu reino.
por Princesa das estrelas
Ontem, depois de o ter ido buscar à escola, e enquanto fazíamos o caminho até casa, voltei a chatear-me com ele. Não que tivesse sido extremamente mal criado, mas é a forma como diz as coisas que me deixa louca. Eu a perguntar como correu o dia, se conheceu professores novos. Ele a responder que tinha feito um teste de diagnóstico de matemática e que tinha corrido muito bem. Perguntei-lhe o que fez depois e ele respondeu"li". E no segundo tempo de matemática? Continuei eu. Ui, foi aí que parecia que lhe tinha perguntado o nome pela primeira vez. Olhou para mim com aquele ar de enfado e puxou da sua famosa ironia. Com a voz ligeiramente esganiçada sai-se com uma pérola do género: "se calhar um teste de 4 folhas de matemática faz-se em 45 minutos".
A minha vontade foi dar-lhe um berro e dizer para ele parar de ser arrogante. Mas não, olhei para ele pelo retrovisor e perguntei no tom mais calmo que consegui: " a mãe esteve na escola contigo? Entrou na sala de matemática? Viu quantas páginas tinha o teste?" Ele sempre a responder que não com a cabeça. "Então porque tratas a mãe dessa forma? Com esse enfado na voz, como se eu soubesse tudo e do te estivesse a aborrecer? Fica sabendo que estou aborrecida contigo e que enquanto estiver não faço perguntas sobre as tuas aulas."
A ver se resulta.
A minha questão a maior parte das vezes não é apenas o que ele responde, é a forma desrespeitosa como o faz. O enfado, a ironia... Caraças, este puto tem 10 anos. Tem de perceber que não somos todos iguais. Que não pode usar aquele tom irritado e enfadado a toda a hora e com toda a gente, criança ou adulto sem distinção.
Ponham-se a milhas deste blogue os que acham que ele só está a exprimir-se e a procurar a sua identidade. Estou farta dessa conversa. Por mim ele que procure o que quiser, mas sem ser malcriado. E sim, ele também é fofo e querido, mas este post não é dobre isso. É sobre a minha dificuldade em lidar com algo que eu acho incorreto e que nunca mas nunca fiz. Talvez por medo, é certo. Levava logo umas lambiscas que nem sabia de que terra era. Mas a verdade é que nem me passava pela cabeça.
É melhor respirar fundo. São 8 da manhã. Um novo dia vai começar.
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7 comentários
De Rita Martins a 18.09.2014 às 08:54
Olá Inês,
Como a compreendo. Ao ler o seu texto revi-me na sua situação.... Maldita adolescência....
Beijinhos
Concordo e também me passo com o meu filho de 4 anos e meio qaundo ele responde torto ou revira os olhos, entediado e com ar de frete! Detesto má educação.
De Sofia a 18.09.2014 às 16:37
Este post poderia ser exactamente no meu carro comigo e com a minha filha de 9 anos. Igual... e eu também estou sempre a dizer: não é o que tu dizes, é a maneira como dizes!" Igual....
De Lua de Júpiter a 18.09.2014 às 17:29
tenho um com 7 anos e também já não está a ser fácil... haja paciência para estas crianças!!!
De Sara Oliveira a 19.09.2014 às 09:07
Como a percebo! Estava ler o post e a rever-me em várias situações semelhantes com meu filho. Tem 9 quase 10. Os comportamentos são semelhantes, e questiono-me constantemente qual será a melhor forma de agir... E o pior é que toda a "gente" que o conhece opina, mas é sempre fácil opinar quando são os filhos dos outros... E não vivem as situações diariamente.
E so para me juntar ao clube das "mães com crias de 10 anos arrogantes a roçar a estupidez e as que sabem tudo"
Acho que nem consigo dizer mais..!!!!
De Teresa a 20.09.2014 às 02:43
Eu já lhe tinha dado uma "lambisca"!! Se calhar resulta!